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Atendimento psicológico no contexto do envelhecimento

Atendimento psicológico no contexto do envelhecimento

Juliana Amorim Moreira

Psicóloga CRP 12/10587

 

A velhice reserva momentos específicos do desenvolvimento, com mudanças físicas, psicossociais, econômicas e funcionais, ganhando ênfase como uma etapa concisa do ciclo de vida, com aumento dos desafios para garantir longevidade e qualidade de vida.

Pesquisas revelam que o envelhecimento causa um certo grau de abalo emocional no sistema familiar quando existe uma situação de dependência do idoso, repercutindo como um aumento de responsabilidades por parte daqueles mais saudáveis, necessidade de reorganização de tarefas e medo da morte. Respostas emocionais geralmente vistas em tais famílias são o aumento do estresse, ansiedade, episódios depressivos e, em alguns casos, o surgimento de conflitos.

A família vê-se diante da necessidade de adaptação, aceitação, flexibilidade e permeabilidade de suas fronteiras, inclusive caso haja a necessidade de um profissional cuidador. Para isto, diferentes personagens envolvidos no contexto do envelhecimento podem se beneficiar de um acompanhamento psicológico, tanto o idoso, que vive o impacto do envelhecer, quanto os familiares, que participam da dinâmica de cuidados.

O idoso geralmente encontra-se fragilizado física e emocionalmente por seu quadro geral de saúde, condição que o coloca em dependência total ou parcial para realização das atividades de vida diária. Quando vivenciado desta forma, o envelhecimento pode estar associado a quadros depressivos, de ansiedade, desamparo e medo de perder o controle. Diante do risco e/ou a vivência de tantas perdas, o acolhimento ao luto faz parte essencialmente da conduta terapêutica do psicólogo, que pode oferecer a escuta acolhedora como principal meio de conexão com o sofrimento vivido e fortalecimento emocional.

Ao familiar também cabe lidar com o luto por perceber seu ente querido padecer, sendo esta dor sentida como se pouco a pouco a pessoa fosse partindo. Este processo de luto, entretanto, segue em paralelo à necessidade de reorganização das tarefas e dinâmica de cuidados com as novas demandas de saúde apresentadas pelo idoso, que muitas vezes gera tensão, estresse e conflitos intrafamiliares. Portanto, o espaço da psicoterapia faz-se fundamental, como uma possibilidade de valorizar a disponibilidade do familiar-cuidador e acolher os sentimentos que deste papel surgem.

Enquanto houver vida haverá capacidade reflexiva, tanto para aquele que envelhece quanto para aqueles que o acompanham. Para tanto, o acompanhamento psicológico no contexto do envelhecimento busca incrementar mais recursos emocionais àqueles envolvidos, com apoio, acolhimento e empatia, para lidarem com o atual contexto de desafios que envolvem o envelhecer de modo mais saudável e harmônico. 

 

Para saber mais:

https://www.metodista.br/revistas/revistas-metodista/index.php/MUD/article/view/6996

 

Juliana Amorim Moreira, além da atuação como psicóloga clínica dentro de consultórios, também realiza atendimento domiciliar, junto de uma equipe interdisciplinar, articulando com diferentes personagens de modo a promover um cuidado ao idoso mais humanizado e equilibrado.

 


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