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Alimentação na infância

Alimentação na infância

Ana Évora

Nutricionista – CRN 10 3211

 

A infância é um período de acentuado crescimento e desenvolvimento do ser humano e a  etapa na qual  inicia-se a formação de hábitos que podem perdurar por toda a vida.  Os  primeiros mil dias  (período intrauterino até os 2 anos de vida) são  de suma importância para o  desenvolvimento  e para a saúde da criança. As experiências vivenciadas nesta fase, seja ambiental, nutricional, geram repercussões para toda a vida. A formação do paladar, por exemplo, inicia-se a partir da 16⁰ semana de gestação, quando o feto consegue engolir o líquido amniótico e identificar o sabor.  Durante a infância é importante ofertar nutrientes em quantidade e qualidade adequadas ao crescimento e ao desenvolvimento físico e cognitivo da criança. Nessa fase uma alimentação inadequada pode contribuir para o desenvolvimento de doenças crônicas como diabetes e obesidade e comprometer o crescimento e a formação.  Um exemplo de nutriente é o mineral zinco, cuja demanda é elevada na fase de crescimento. O zinco é essencial para tecidos como ossos, pele, cabelo, para imunidade e para o desenvolvimento cognitivo. Sua deficiência pode acarretar em um retardo no crescimento, diminuição do desenvolvimento cognitivo e da massa óssea. Na infância, além disso, as características genéticas devem ser consideradas. Hoje é possível identificar aspectos genéticos por meio de exames e interceder precocemente, evitando o desenvolvimento de doenças  como a obesidade.  

Inapetência:a inapetência é comumente observada a partir do 1⁰ ano de vida  e sua origem pode estar relacionada a  fatores comportamentais ou físicos.  A partir dos 12 meses de vida a criança começa a explorar o meio em sua volta e o interesse pela comida pode diminuir. Nessa fase é comum a oscilação de apetite e das preferências alimentares. A criança passa a ser mais seletiva com os alimentos que irá consumir. A inapetência pode ser uma forma da criança tentar controlar o ambiente,  fazer pequenos testes de independência para conquista da sua autonomia ou pode ser ocasionada por mudanças na rotina como a chegada de um irmão, ingresso na escola. Além disso, a inapetência pode estar relacionada a experiências negativas referentes à alimentação (punições, recompensas, “pressão” para comer), curto período ou ausência da amamentação, alimentação complementar introduzida de forma errônea, pouca variedade de alimentos no ambiente familiar, carências nutricionais e desconfortos causados por alguns tipos de alimentos. É importante que a criança inapetente faça avaliações frequentes de peso, altura e desenvolvimento.  

Para combater a inapetência algumas medidas devem ser tomadas:

- é importante que os familiares tenham hábitos alimentares saudáveis com consumo variado de alimentos 
- o momento da refeição deve ser calmo e os pais devem  realizar as refeições a mesa junto com a criança
 - as preparações devem ser atrativas e coloridas; o alimento deve ser oferecido de 8 a 10 vezes para poder se dizer que a criança não aceitou. Para isto, é fundamental variar o cardápio por meio de técnicas de preparo e cortes diferentes 

 - envolver a criança na compra e preparação do alimento

 - investigar a existência de alergias alimentares e má digestão. 

Obesidade: a obesidade infantil aumenta a cada ano. Segundo estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde e pelo Imperial College London publicado na revista The Lancet, 124 milhões de crianças e adolescentes no mundo com idade entre 5 e 19 anos estão obesos.  A obesidade da infância  muitas vezes  perpetua na vida adulta e pode estar  associada a doenças como diabetes tipo II, hipertensão arterial e alterações no colesterol. Para evitar o aparecimento da obesidade é importante intervir precocemente. Para isto, medidas profiláticas devem ser realizadas como: 

 -  incentivar uma alimentação variada, que inclua todos os grupos alimentares por exemplo, grãos, frutas, hortaliças e carnes

- estimular o consumo de novos alimentos saudáveis, evitando a monotonia na dieta 

- evitar que a criança ingira alimentos a todo momento. É importante que realize as refeições em horários fixos, sentado  a mesa e sem o uso de celulares, televisão e tabletes

 - ensinar a mastigar bem os alimentos e a evitar o consumo de líquidos durante as refeições

- não  substituir as refeições por lanches e guloseimas e não oferecer doces como recompensa
- realizar um planejamento alimentar de forma que a criança tenha por perto alimentos saudáveis e tenha acesso restrito a guloseimas, frituras, refrigerantes, alimentos industrializados de alto teor calórico e pobre em nutrientes. 


Receita de cookie saudável para preparar junto com as crianças

Cookies  
Ingredientes: 4 bananas maduras; 3 colheres de sopa de farinha de coco; 3 colheres de sopa de farinha de  aveia; 3 colheres de sopa de nozes ou castanhas picadas, 1 colher de sopa de azeite de oliva ou óleo de coco. Modo de preparo: Amassar as bananas, acrescentar os outros ingredientes, misturar bem e fazer bolinhas. Colocar no forno para assar em temperatura média por 15 minutos. 

 

 


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