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Passaporte da Imunidade contra a COVID-19

 

 

Dra. Maria Rita Meyer

Alergista e Imunologista

 

 

Muito tem-se falado sobre o tal “Passaporte da Imunidade” contra a COVID-19 - doença causada pelo novo coronavírus. Mas o que já se sabe sobre isso?

  

Quem entra em contato com o vírus desenvolve anticorpos contra ele. O que isso significa? Que existe uma “assinatura” no sangue de que a pessoa teve contato com o coronavírus. Ainda não se sabe se essa “assinatura” dá proteção contra a doença, nem se garante que o paciente não irá se reinfectar futuramente.

 

A resposta imunológica é complexa e os anticorpos não são os únicos responsáveis por nos proteger das doenças. Em muitos casos, ainda, pessoas com anticorpos para uma determinada patologia ficam protegidos e nunca mais adoecem (caso do sarampo, da rubéola, entre muitos outros), mas há doenças em que ter anticorpos não significa estar imune - como é o caso do HIV ou do herpes. O SARS-CoV 2 (o novo coronavírus) tem características semelhantes aos vírus do sarampo e rubéola, o que indica que provavelmente os anticorpos conferem sim imunidade duradoura.

 

Porém, existem pessoas que não são capazes de produzir anticorpos por diversas razões, e outras que, mesmo tendo um sistema imune ok, não conseguem combater o vírus a tempo e acabam falecendo. Existem, ainda, outras pessoas cujo sistema imunológico reagirá de maneira exagerada ao vírus e as levará à morte justamente por conta desta resposta agressiva - e é muito difícil prever quem apresentará esta reação.

 

Ainda é cedo e este vírus é muito novo para que se tenha certeza de que os anticorpos protegerão contra a reinfecção e por quanto tempo essa proteção vai durar.

 

Então, por enquanto, até termos todas essas respostas e, principalmente, até termos uma vacina eficaz, e porque temos todas essas variantes em jogo, precisamos seguir as orientações das autoridades e evitar ao máximo a exposição ao vírus e - principalmente - a sobrecarga nos hospitais.

 


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