Inicio / Espaço Saúde / Alopécia em Padrão Feminino: doença dos cabelos
Dra. Andréa Santos Soares
Dermatologista – CREMESC 17370 RQE 13791
Membro da Soc. Bras. Dermatologia
Entrevista com a Dermatologista Dra. Andréa Santos Soares
“ A queda de cabelos é um dos motivos mais comuns de procura ao dermatologista. Poucas coisas assustam mais uma mulher do que ver os cabelos caindo e a diminuição da densidade de cabelos no couro cabeludo. É importante sempre procurar um médico dermatologista para avaliar o tipo de queda e os tratamentos possíveis!” - explica a Dra. Andréa Santos Soares, dermatologista que aproveitou o mês de fevereiro para aprimorar os conhecimentos sobre doenças de cabelos nos Estados Unidos.
Apesar de ter grande prevalência entre os homens, a queda de cabelos começou a preocupar mais as mulheres nos últimos anos. Esse foi o motivo pelo qual a Dra. Andréa decidiu conhecer mais sobre estas doenças e assim poder melhorar o atendimento aos seus pacientes.
- Durante o tempo nos Estados Unidos quais doenças relacionados aos cabelos você pôde perceber que eram mais prevalentes?
Estive 4 semanas acompanhando o serviço de Dermatologia ligado à Universidade de Miami, que é composto por dermatologistas de todo o mundo. Entre estes dermatologistas, pude acompanhar a especialista em doenças de cabelo a Dra. Antonella Tosti, natural da Bolonha na Itália. Com certeza o maior motivo de procura pelo ambulatório de cabelos da Universidade de Miami (tanto entre mulheres quanto entre homens) é a Alopécia Androgenética (na mulher chamada de Alopécia em Padrão Feminino) que é a conhecida “careca familiar”.
- Como se manifesta a Alopécia em Padrão Feminino?
Normalmente os pacientes homens sabem caracterizar melhor a Alopécia Androgenética devido a maior prevalência da doença neste grupo. As mulheres podem iniciar a doença tão cedo quanto os homens (algumas percebem alterações já entre os 20 a 25 anos) e as características são muito similares. A rarefação dos cabelos no couro cabeludo vem a ser a característica mais importante, muito mais percebida do que a queda ativa dos fios no dia-a-dia. As mulheres tendem a perder mais cabelos no topo da cabeça, sendo incomum que as mesmas desenvolvam as famosas “entradas”, bem mais comuns nos homens.
- Dentre as outras doenças acompanhadas no seu estágio, qual a que prendeu mais a sua atenção?
Durante meu fellowship pude perceber que há um aumento importante de uma doença chamada Alopécia Frontal Fibrosante (AFF), sendo que os especialistas já consideram uma “epidemia” entre as mulheres, nestes últimos anos. O aumento da prevalência dessa doença pode estar ligada ao maior conhecimento dos dermatologistas e ao aumento de diagnósticos da mesma, mas o que se pode afirmar é que a quantidade de mulheres procurando médicos especialistas por conta disso é crescente a cada dia!
- Quais são as características desta doença? Quando o paciente deve procurar o dermatologista?
A AFF se caracteriza por perda de cabelos na linha onde começam os cabelos na fronte (testa), sendo importante salientar que esta perda é definitiva, o que aumenta a importância de um diagnóstico precoce! A doença, que também pode acometer os homens (em menor quantidade) se inicia mais frequentemente após a menopausa e a paciente pode ter sintomas de coceira e lesões como foliculites na região da testa e da implantação dos cabelos. É importante também que a paciente saiba que o quadro pode iniciar com rarefação dos pelos das sobrancelhas e cílios ou até com aparecimento de pequenas bolinhas ou alteração de coloração da pele em bochechas.
“ É importante que o paciente não fique com dúvidas em relação a presença ou não de sinais relacionados às doenças dos cabelos. Qualquer alteração em pele deve ser avaliada pelo dermatologista, que também é o especialista responsável pelas doenças de cabelos e unhas. Procure um Médico Dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia para a avaliação correta da sua pele e cabelos.”